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O silêncio que mora aqui

  • Foto do escritor: jahmayconqueiroz
    jahmayconqueiroz
  • 16 de set.
  • 1 min de leitura

Por Ana Julia Leite

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Às vezes, escuto histórias que me fazem pensar sobre casas que parecem lares por fora, mas que por dentro são cheias de gritos e silêncios pesados. Aconteceu uma vez diante de mim, numa casa onde eu não esperava ver esse tipo de coisa. Começou com uma troca de olhares frios, depois uma fala atravessada. Em poucos minutos virou discussão. Ele gritava, acusava, apontava o dedo como se ela fosse culpada por tudo. Ela com os olhos cheios de lágrimas, tentava se defender, mas era interrompida o tempo todo.

Me pergunto: se o amor existe, por que não há diálogo? Por que ficam juntos se não conseguem se respeitar?

Dizem que é o álcool, as drogas, o estresse do trabalho. Mas nada disso deveria justificar tratar alguém com crueldade.

Fico pensando em como deve doer viver em um lugar onde o silêncio machuca mais do que qualquer grito. Um silêncio que ninguém vê, mas que pesa todos os dias.

Talvez, o mais triste seja perceber que tanta dor acontece atrás de portas fechadas, enquanto o mundo segue como se nada estivesse acontecendo. E quem sente, muitas vezes, só queria ser ouvido sem medo, sem culpa, sem mais silêncio.

Fico pensando quantas outras pessoas vivem algo parecido. Quantas fingem que está tudo bem, aprendem a sorrir por fora enquanto carregam uma dor que ninguém vê.  Às vezes, a gente julga sem saber, sem imaginar o peso que existe atrás de certos silêncios. Nem todo lar é abrigo –  tem gente que cresce achando que isso é normal, quando na verdade, só queria um pouco de paz.

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