O ônibus atrasado e o tempo que voa
- jahmayconqueiroz
- 1 de set.
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Por Maria Antônia

Hoje de manhã acordei com o despertador tocando pela terceira vez. Pulei da cama atrasada, como sempre, tropecei no chinelo, quase caí e ainda tive que correr pra pegar o ônibus. No caminho, fui pensando que a vida anda corrida, A gente vive num automático enorme que nem percebo o que está ocorrendo ao meu redor.
Cheguei no ponto, o ônibus já devia ter passado, mas como em um passe de mágica (ou castigo) ele também estava atrasado. Fiquei parada ali, observando um moço que vendia balar, uma senhora contava moedinhas pra ver se dava pra pagar a passagem. Um casal brigava no telefone e eu ali, só olhando.
De repente, me peguei pensando: quantas histórias passam por mim todos os dias e eu nem noto? A gente se preocupa tanto em chegar no horário, em entregar o trabalho, em não levar falta, que esquece de prestar atenção nas pequenas coisas. Atraso de ônibus virou rotina, mas será que parar por um momento e observar a vida também não deveria virar?
Quando finalmente o ônibus chegou, entrei, sentei na janela e fiquei olhando a cidade passando. A pressa continuava, os carros buzinando, as pessoas correndo. Mas, por alguns minutos, eu me permiti respirar. E foi nesse pequeno atraso que encontrei uma pausa pra pensar. Às vezes é imprevisto que faz a gente lembrar que estamos vivos.
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