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Recordações

  • Foto do escritor: jahmayconqueiroz
    jahmayconqueiroz
  • 24 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de mai.

Por Jahmaycon 





Dia desses resolvi procurar no Google por uma paisagem que está em minha lembrança desde a infância: a Serra de São Joaquim. Era assim que chamávamos aquela serra imponente, colossal que tomava toda a visão que tínhamos da janela de nossa casa em São Mateus, vilarejo de Vitória da Conquista, onde eu nasci e vivi até os 10 anos de idade. Lugar simples, bucólico, mas onde eu construí muitas recordações da minha infância. Algumas delas estão relacionadas com essa serra.

Uma das coisas mais aguardadas por adultos e crianças naquele lugar era a chuva. Dela dependia o verde das plantas, a colheita do feijão, do milho, da melancia e de outras coisas que se plantavam ali. Da chuva dependia o de beber dos animais para darem leite ou carne para nos alimentar. Dela também dependia uma fatia considerável da diversão das crianças e adultos.

 A chuva era escassa, tanto que vivíamos a margem de rios sem água, rios de areia e pedra. Chuva que muitas vezes formava-se no horizonte, coloria a serra de branco, mas não chegava e ficava a frustração. A imagem branca da serra não sai de minha memória, era uma das visões mais lindas do lugar, não apenas pela beleza em si, mas pelo que representava, pois quando aquela chuva chegava até nós, era uma festa.

Antes mesmo das primeiras gotas caírem sobre nossas cabeças, já tínhamos todo o plano de brincar na água, construir mini açudes, molhar o pé e porque não o corpo todo. Mergulhar naquelas águas era uma experiência única, aguardada o ano todo. Além da aventura de deixar o corpo ser levado rio abaixo, fazia parte da emoção escapar de nossa mãe que nunca deixava a gente ir, porém a gente sempre ía do mesmo jeito. 

Quem mora no interior, por mais que tente, não consegue prender os filhos, viver livre era nossa conquista, que hoje na cidade as crianças não tem. Isso faz tanta falta para essas crianças. O que se perde por não poderem se aventurar é imensurável. Antes, um joelho ralado doía bem menos que um coração partido, mas os pais preferem partir o coração dos filhos ao verem os pequenos correndo e se divertindo com os amigos.

Não achei a Serra de São Joaquim no Google. Também não achei em nenhum mapa esse nome ou qualquer serra com outro nome. Não achei nada que me ajudasse a identificar essa parte chamativa da geografia daquele lugar. A serra obviamente existe, mas sabe-se lá qual seja seu nome oficial. Isso não importa, não precisa ter o nome no Google ou em qualquer livro; não precisa nem ter nome. O importante é que sua imagem está registrada no mais importante lugar: a minha memória de infância.

19 Comments

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Renato Logam
Jun 10
Rated 5 out of 5 stars.

Essa Cronica é muito boa Da pra ver que o Autor sente Saudade da infância dele Na Serra

Sobre Mergulhar no Açude E Brincar Livre E Mostra que as Crianças da Cidade Não tem a Mesma Infância que as De quem mora no Interior.

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Daivison Laurindo
Jun 10
Rated 5 out of 5 stars.

crônica muito boa Fala Sobre A origem dele Onde ele Vivia quando ele era Criança

e isso trás Lembranças e Saudades da infância

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nicole de jesus
Jun 10

fala sobre uma imagem que representa a infancia dele que essa imagem fica marcado sempre na vida dele.

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Guest
Jun 10

Essa cronica lembra a infancia de muitas pessoas ,relembra bons tempos da infancia ,da aquela nostalgia boa de andar de cavalo ,entrar no lago ,caça joaninha ,grilo .-Laryssa Aquino.

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Guest
Jun 10
Rated 5 out of 5 stars.

Tambem gosto muito de lembrar o passado, me trás lembranças muito boas e vontade de fazer coisas que eu não sentia mais vontade de fazer. - Vinicius 9° Verde

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